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Conversando com um serial killer: Ted Bundy

Atualizado: 4 de mar. de 2019

Documentário em 4 episódios tenta revelar a mente do assassino que inspirou o livro "O Silêncio dos Inocentes"


O que motiva alguém a matar, matar e matar?


Theodore Robert Bundy nasceu em 1946, na cidade de Burlington, no estado de Vermont, localizado no nordeste dos Estados Unidos. Criado em uma família de classe média, filho de mãe solteira e avós violentos, o que até aí não justifica o desequilíbrio em cadeia que aconteceria quase 30 anos depois de sua vinda a esse mundo crazy, Ted Bundy tinha aparentemente tudo que se precisa para se dar bem na vida de maneira honesta: inteligente, bem articulado, charmoso e boa pinta, esse que viria a ser o mais enigmático e conhecido serial killer (inclusive foi em homenagem a ele que o termo foi usado pela primeira vez) surtou na década de 70, assassinando, estuprando e às vezes até provando da carne de dezenas de vítimas, belas jovens estudantes que moravam nos campus das universidades em torno das quais ele estabelecia eventual residência.


Após uma série quase que ininterrupta de 36 a 40 homicídios, Bundy, que não só era um assassino serial, mas também ladrão, golpista e amigo de políticos - que claro, o abandonaram quando a casa caiu-, viveu seus últimos dias aguardando os 5.600 volts da cadeira elétrica, no Estado da Flórida, em uma pequena cela no corredor da morte da prisão estadual.


Sua infância, adolescência e vida adulta são contadas em parte por ele mesmo, registradas em cerca de 80 fitas K-7, em depoimentos feitos ao jornalista novato Stephen G. Michaud, sob a supervisão de seu chefe de redação Hugh Aynesworth durante seis longos meses. A ideia de Bundy ao concordar com a série de entrevistas era sair da fila de espera da dona morte, transformando sua pena em perpétua. O material é impressionante e resultou no livro de mesmo nome, que evidente virou um best-seller. Intercalado por imagens de televisões da época, com depoimentos atuais dos participantes mais próximos dos fatos, como policiais, investigadores, parentes das vítimas e psicólogos forenses, o documentário mostra como se deu a evolução dos métodos de investigação e as dificuldades de juntar as provas que incriminariam o assassino, que inclusive conseguiu escapar duas vezes (numa delas matando em mais três ocasiões) antes de ser definitivamente trancafiado.


Obrigatório para quem tem interesse em criminologia e em assuntos sinistros e bizarros da natureza humana, Conversando com um Serial Killer - o livro- inspirou Thomas Harris a escrever a melhor obra em versão escrita e a Ted - opa- Tally o mais incrível roteiro de filme de suspense e terror psicológico de todos os tempos, em minha humilde visão: O Silêncio do Inocentes (The Silence of the Lambs), uma das três películas até hoje a ganhar 5 oscars nas principais categorias (filme, direção - Jonathan Demme -, roteiro adaptado - Ted Tally -, atriz e ator principais - Jodie Foster e Anthony Hopkins, soberbos)*

*as outras são Aconteceu naquela Noite e Estranho no Ninho.


Pouco antes de morrer, decidido a contar afinal como matava, sem no entanto conseguir explicar o por quê (em uma passagem tenta atribuir de forma vaga parte de seu distúrbio à pornografia), Ted tentou converter-se à religião cristã, rezando bastante para que sua alma descansasse em paz, fato que duvido muito tenha acontecido. Após dois adiamentos do cumprimento da sentença, foi executado em 24 de janeiro de 1989, na presença de testemunhas.


Talvez como exemplo de certa lucidez sobre o que fazia, deixou a seguinte frase em sua última entrevista:


A sociedade merece ser protegida de homens como eu, isso é certeza. Mas eu acredito que ela deve ser protegida dela mesma


Produção americana do Canal de streaming Netflix (2018)

Direção: Joe Berlinger

Documentário em 4 episódios


Nota: 10+


Imagens: internet

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