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Drummond 118

Atualizado: 13 de mar. de 2023

Pelos 118 anos de Carlos Drummond de Andrade


Carlos Drummond de Andrade

Itabirito não se dissolveu, Minas ainda existe.

Teu semblante esguio projeta uma sombra

que não cabe na palma da mão

daqueles que sofrem. Aberta

é como se a morte não trilhasse

infiltrada nos veios de Minas.

Você é indubitável, permanece

reboando na memória seletiva

Teus versos ainda enevoam,

o sol os declama em cada tarde

que se põe na megalópole.

Escuto pássaros que batem

internamente suas asas.

São os sonhos, os enleios,

a cantoria de almas comunicantes

que se espraia nos silêncios

que uma madrugada insone

nos compele a transitar.

Entre livros e uma dose

de conhaque, no meio do tédio


para onde? As boiadas passam,

os doces mugidos das ávidas

manhãs de máquinas do mundo,

motores engasgados, mudos

aguardam o small bang,

os gritos para dentro,

os sussurros ecoando,

querendo dizer do eterno

Waldir Barbosa Junior

@anfetaminadialetica


Esse poema fará parte de Poemas Proscritos e nada exemplares, a ser lançado em dezembro no Clube de Autores.

Imagem: internet

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