Ecoa um libelo pela noite lancinante
Atualizado: 7 de mar. de 2023
Um poema da nova esperança
Ecoa um libelo pela noite lancinante
pulsa o músculo à procura de veias
que o enovelem, como súplicas
que insuflam o sangue dos cristãos, a vida entre sombras
engole o ser que já não ama, que tem medo
do ladrão, que lhe furta as ferramentas, o bom senso,
o batimento do inefável coração.
Filmes projetam-se na mente, em technicolor
a memória esvaída em lembranças
já não crê na raça humana, a insensatez
é uma história que refaz-se sem penélopes
que a retramem quando o dia acena no horizonte,
quando o amor, mutilado, volta para casa,
e a esperança emerge no rosto de um ancião.
Ainda há tempo de ver o sorriso contrito
brotar do chão destruído.
O povo clama, mesmo quando os passos deságuam
no imperial cadafalso. Havemos de nos reconstruir.
No agreste da terra carquilhada, um ouviram de miçangas
reboará, e será assim até o fim dos idos,
até a última volta do relógio.
Waldir Barbosa Jr.
@anfetaminadialetica
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