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Ecoa um libelo pela noite lancinante

  • Foto do escritor: anfetaminadialetica
    anfetaminadialetica
  • 12 de set. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 7 de mar. de 2023

Um poema da nova esperança

Samba & Carnaval (Di Cavalcanti, 1930)

Ecoa um libelo pela noite lancinante

pulsa o músculo à procura de veias

que o enovelem, como súplicas

que insuflam o sangue dos cristãos, a vida entre sombras

engole o ser que já não ama, que tem medo

do ladrão, que lhe furta as ferramentas, o bom senso,

o batimento do inefável coração.


Filmes projetam-se na mente, em technicolor

a memória esvaída em lembranças

já não crê na raça humana, a insensatez

é uma história que refaz-se sem penélopes

que a retramem quando o dia acena no horizonte,

quando o amor, mutilado, volta para casa,

e a esperança emerge no rosto de um ancião.


Ainda há tempo de ver o sorriso contrito

brotar do chão destruído.

O povo clama, mesmo quando os passos deságuam

no imperial cadafalso. Havemos de nos reconstruir.

No agreste da terra carquilhada, um ouviram de miçangas

reboará, e será assim até o fim dos idos,


até a última volta do relógio.


Waldir Barbosa Jr.

@anfetaminadialetica




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