O gato
Atualizado: 4 de mar. de 2019
Mais um poema de Poemas Proscritos e nada Exemplares, que será lançado esse ano pelo Clube de Autores
Aproxima-se o felino, mansidão nos passos, volteio leve, sua intenção
parece ingrata, não almeja mais
que projetar a pata na direção de um afago
Pulula sobre a mesa, onde texto e ferramentas se misturam a uma imaginação cognata, às vezes avara, mormente iluminada pelo negrume do gato, que tem a alma clara
Em busca de amavios, como um ser abandonado ele rabisca seu rabo sobre a tela de led, tem em seus olhos uma sede de verbos e falas que o dicionário não abriga em suas páginas
Serenamente ele rastreia com seus bigodes, sem astrolábios circunavega pela sala e descobre algo que valha a confiança de seu gesto. Circunspecto e alegre, seu sorriso mais parece
com o do gato de alice, ou de waldir
Waldir Barbosa Jr.
Imagem editada: arquivo pessoal
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