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O soneto do morto homicida

Atualizado: 7 de jan. de 2022

Mais um poema de Poemas Proscritos e nada Exemplares, que será lançado esse ano pelo Clube de Autores


Poemas Proscritos e nada exemplares
Poemas Proscritos e nada exemplares

Aquele morto, qual inclemente homicida

continua matando os outros, de susto

essa sua nova vida, insepulta

depois de morto, de tanta mataria


ainda rima lâmina com artilharia

(estripa pobres e ricos, alma em riste

apenada em vida caga para a física

mata agora de um modo jamais visível)


finis hominis, seu rito de morte, atípico

é de uma tal impunidade, viva

que salta do intransponível cárcere


sem dna, e o melhor, dispensando álibis

pois que solto e livre na eternidade

pode matar como nunca, sem fazer pontaria


Waldir Barbosa Jr.


Imagem editada: internet

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