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Réquiem ou Nunca Mais

Um poema contrarrevolucionário




O galo, torturado, não cantou

na manhã anuviada, sobre os despojos

dos mortos da Guanabara.

Revoltosos, mutilados e sem rosto,

buscaram nos olhos dos outros o espelho

para refletir suas deformidades.

As palavras cortaram a carne do espaço,

o vazio gritava nos símbolos da guerrilha.

Não havia a quem entregar a república,

todos estavam vencidos, mas havia,

para além dos órgãos e da honra,

milhares de gentes sofridas, vilipendiadas

condenadas ao cárcere secular,

como fora com os pretos libertos

que nunca souberam o que é

ser livre no território minado.

Nunca mais ser livre ou lutar até os ossos

serem carne, e fazerem parte

da terra de sangue verde e amarelo


Waldir Barbosa Jr.

@anfetaminadialetica

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